Investigação da Infertilidade

Investigação da Infertilidade

Um indivíduo, homem ou mulher, é considerado infértil quando apresenta alterações no sistema reprodutor que diminuem ou impedem a sua capacidade de ter filhos. A princípio, um casal é considerado infértil quando, após 12 de relações sexuais frequentes e regulares, sem nenhum tipo de contracepção, não consegue a gestação. Entretanto, esse período pode variar de acordo com a idade da mulher e a ansiedade do casal.

Para casais em que a mulher tenha mais de 35 anos, pode-se abreviar o período de espera para 6 meses, uma vez em que, a partir dessa idade, a fertilidade diminui gradativa e progressivamente.

A chance de um casal que não apresente problemas e mantenha relações sexuais nos dias férteis conceber por meios naturais é de 20% ao mês. Com o auxílio de técnicas de reprodução assistida, a taxa de gestação pode chegar a 50% ao mês em mulheres com menos de 35 anos.

FATORES DE INFERTILIDADE

  • Fator ovariano: problemas hormonais da mulher e da ovulação.
  • Fator anatômico: pesquisa da integridade anatômica do útero, colo uterino e aderências.
  • Fator tubário: Tubas obstruídas
  • Fator masculino
  • Fator endometriose.
  • Outros: fatores imunológicos e trombofilias.
  • Infertilidade de causas genéticas/cromossômicas.
1) Fator ovariano:
  • Prolactina
  • TSH (hormônio estimulador da tireoide) T4 livre
  • Anticorpos antitireoidianos (antitireoglobulina e antiperoxidase)
  • Pesquisa de reserva ovariana (Contagem de Folículos Antrais ou Hormônio Antimulleriano)
  • FSH, LH e Estradiol (entre o 3º e o 5º dia do ciclo menstrual)
  • Ultrassonografiatransvaginal de rastreamento: por meio deste exame, acompanha-se o crescimento do folículo que, nos momentos que antecedem a ovulação, atinge seu tamanho máximo (mais ou me- nos 20 mm). Se houver ovulação, este folículo se transforma em corpo lúteo. O acompanhamento ultrassonográfico da ovulação prevê facilmente o dia mais fértil da mulher em determinado mês.
2) Fator anatômico Esse fator consiste na pesquisa de alterações do órgão reprodutor que possam impedir o encontro do espermatozoide com o óvulo dentro das tubas e a consequente fecundação ou que dificultem a implantação do embrião no endométrio e seu crescimento. O útero e as tubas devem exibir normalidade na sua morfologia e no seu funcionamento. As alterações ocorrem em 20% a 30% dos casos de infertilidade de causa feminina. As alterações podem ser a congênitas (malformações mullerianas), patologias adquiridas (miomas ou pólipos) ou sequelas de processos inflamatórios, infecciosos ou de procedimentos cirúrgicos. 
  • Ultrassonografia transvaginal: é importante na avaliação inicial da paciente infértil. Pode-se usar o ultrassom vaginal para diagnosticar uma variedade de problemas, como:
  • miomas uterinos (tamanho e localização);
  • anomalias estruturais, como alterações do formato do útero (útero bicorno ou didelfo);
  • pólipo endometrial
3) Fator tubário

Histerossalpingografia: é um raio X contrastado e constitui um importante exame para que o ginecologista avalie a integridade morfológica e funcional das tubas e da cavidade uterina. O médico deve estar envolvido diretamente na interpretação e, sempre que possível, deve acompanhar a execução do procedimento. A avaliação das imagens do exame deve ser cuidadosa, verificando a presença de estenoses, sinéquias, septos,  pólipos,  malformações  uterinas,  obstruções tubárias e lesões mínimas tubárias.

4)Fator Masculino

Espermograma: é o exame inicial, o mais importante e o principal parâmetro para avaliar a fertilidade masculina, embora não seja o único, nem definitivo. Ainda que em condições ideais, os resultados podem ser variáveis, hora melhor, hora pior. Por isso, nem sempre um único exame garante a conclusão do resultado, sendo necessária em alguns casos a repetição por mais uma ou duas vezes, em intervalos de pelo menos 30 dias. O sêmen é obtido por masturbação e o homem precisa estar com no mínino 2 e no máximo 5 dias de abstinência sexual. Períodos inferiores a um dia ou superiores a cinco não são recomendados.

5)Fator endometriose

A camada interna do útero, chamada endométrio, muitas vezes, e por razões não totalmente esclarecidas, pode se implantar em outros órgãos: nos ovários, tubas, intestinos, bexiga, peritônio e, até mesmo, no próprio útero, dentro do músculo. Quando isso acontece, dá-se o nome de Endometriose.

O diagnóstico da endometriose deve ser suspeitado inicialmente pela queixa clínica. As queixas mais comuns são: a dor profunda e desconfortável na relação sexual, cólicas importantes e, principalmente, as queixas intestinais. Entre estas últimas estão: o inchaço abdominal permanente, a dor, e a dificuldade na evacuação e algumas vezes sangramento pelo reto na época da menstruação.

Exames de imagens são fundamentais. Entre eles o ultrassom endovaginal com preparo intestinal. Quando este exame for insuficiente para a conclusão diagnóstica, recomenda-se a Ressonância Magnética Pélvica.

A endometriose causa infertilidade pelos seguintes efeitos:

  • Influencia o hormônio no processo de ovulação, e na a implantação do embrião.
  • Interfere no transporte do óvulo pela trompa, tanto pela alteração inflamatória causada pela doença, como por aderências (as trompas “grudam” em outros órgãos e não conseguem se movimentar).
  • Alterações imunológicas – alterações celulares responsáveis pela imunologia do organismo
  • Receptividade do endométrio: O endométrio, tecido situado no interior da cavidade uterina, local onde o embrião se implanta, sofre a ação de substâncias produzidas pela endometriose que atrapalham a implantação do embrião.